Gasolina adulterada: saiba como identificar e evitar
Abastecer o carro com gasolina adulterada pode fazer com que ele corra perigosos riscos, em alguns casos, levando até à fundição do motor. Por isso, veja as melhores dicas sobre para manter o seu automóvel livre desse problema.
15 set 2023
Atualizado em 19 set 2024
11 minutos
De Leonardo Cruz
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Essa é uma situação delicada pela qual, possivelmente, todo motorista deve ter passado ou conhecido alguém que passou. Gasolina adulterada é assunto sério e que pode gerar mais problemas para o carro do que o imaginado.
Abastecer o carro com gasolina adulterada pode fazer com que ele corra perigosos riscos, em alguns casos, levando até à fundição do motor. Claro que isso tem influência direta da frequência com que ele é abastecido com um combustível de procedência duvidosa.
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A prática de postos usarem esse tipo de combustível não é nova e, mesmo com a forte fiscalização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), há casos recorrentes em muitos postos espalhados pelo país.
Com isso, a questão que fica é: há maneiras de identificar o combustível ruim e evitar que isso aconteça? Sim! Acompanhe nosso artigo e descubra!
O que é gasolina adulterada?
Conhecida popularmente também como “gasolina batizada”, a gasolina adulterada é aquela que passa por um processo de alteração do seu estado original. Ou seja, é quando outros solventes mais baratos são misturados ao combustível. Entre eles está o álcool (etanol) hidratado, que é usado com frequência para este fim.
No entanto, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a porcentagem permitida de etanol anidro na composição da gasolina é de até 27%. E o que alguns postos fazem é criar a mistura com uma quantidade bem superior a isso.
Como descobrir se a gasolina foi adulterada?
Imagine que você está em uma viagem e abastece seu carro em um posto desconhecido. Até aí tudo bem, não fosse o fato de o carro perder o desempenho, começar a “engasgar” ou até mesmo consumir a gasolina de forma bem mais rápida do que o normal.
Esses são alguns dos sinais – falaremos mais sobre eles abaixo – que podem indicar que você foi vítima de gasolina adulterada. Mas, como ter certeza?
Nesse caso, há alguns testes que podem ser feitos para identificar combustível que sofreu alterações:
Teste da proveta: Esse teste é feito pelo próprio posto de combustível, mediante solicitação do consumidor. Ele consiste em medir a porcentagem de álcool na gasolina usando um tubo graduado chamado proveta. A gasolina comum deve ter entre 25% e 27% de álcool anidro, enquanto a gasolina aditivada deve ter entre 18% e 20%. Se o resultado for diferente desses valores, há indícios de adulteração.
Teste da garrafa PET: Esse teste pode ser feito por você mesmo, usando uma garrafa PET transparente e limpa. Basta colocar um pouco de gasolina na garrafa e agitar bem. Depois, deixe a garrafa em repouso por alguns minutos e observe se há formação de duas ou mais camadas de líquidos. Se isso acontecer, significa que a gasolina contém água ou outras substâncias que não se misturam com ela.
Teste do copo d’água: Esse teste também pode ser feito por você mesmo, usando um copo d’água e uma seringa. Basta aspirar um pouco de gasolina com a seringa e injetar lentamente no copo d’água. Se a gasolina for pura, ela ficará na superfície da água, formando uma camada transparente e homogênea. Se a gasolina for adulterada, ela se misturará com a água ou formará bolhas ou manchas coloridas.
Teste de vazão: outra forma de avaliar se você está sendo prejudicado ao abastecer seu veículo é por meio do teste de vazão, que é indicado para casos em que houver desconfiança de que esteja obtendo menos combustível do que o solicitado. Ou seja, se você acha que está pagando e recebendo quantidade menor do que o indicado, avalie a vazão.
Quais os sinais de que a gasolina foi adulterada?
O uso de gasolina adulterada é, sem dúvida, um dos riscos que podem levar a um encurtamento da vida útil de diversos componentes do carro, sem mencionar a eficiência comprometida. Esta é uma situação que vai além dos sintomas imediatos, como redução de potência e consumo elevado. Veja abaixo os sinais que você deve ficar atento:
Redução da potência: o indicativo mais frequente é a clara percepção da falta de potência. Assim que o motorista abastece, o pedal do acelerador fica parecendo “borrachudo”. É evidente a necessidade de acelerar mais para obter a mesma velocidade caso estivesse utilizando um combustível de qualidade.
Aumento do consumo: além desse indício básico de gasolina adulterada, há outros sinais importantes, como a queda brusca do consumo médio, que é de aproximadamente 30%. Ou seja, se o carro aparenta estar consumindo combustível mais rapidamente que o normal e sem motivo nenhum aparente, pode ser esse o problema.
Gasolina durando menos: o tanque dura menos e você precisa parar no posto em menos tempo. Sem contar a dificuldade para o carro pegar pela manhã, situação que fica muito clara quando o tanque de partida também está com combustível ruim.
Surgimento de ruídos: e se você gosta de ficar atento aos ruídos que o carro faz, a pré-ignição – ruído no motor que parece uma corrente de bicicleta trocando de marcha – mostra-se mais agudo. Esse barulho vai acontecer, principalmente nos arranques e saídas e em subidas, momentos em que o motor é mais exigido.
Engasgamentos e falhas: alguns modelos de carros, quando abastecidos com gasolina adulterada, começam a ter pequenas trepidações, instabilidade e falta de constância na aceleração. Isso acontece pelo fato de a central não identificar a composição de má qualidade.
Quer saber mais? Então confira este vídeo do canal do especialista César Urnhani sobre esses e outros sinais de que seu carro pode ter sido abastecido com gasolina adulterada. Confira!
O que usar gasolina adulterada causa?
A gasolina adulterada causa diversos danos ao motor do seu veículo, dependendo das substâncias que ela contém. Veja alguns exemplos:
Álcool em excesso: O álcool em excesso na gasolina provoca corrosão nas peças metálicas do motor, como válvulas, pistões e anéis. Além disso, ele aumenta a temperatura de combustão, gerando mais carbonização e depósitos nos bicos injetores e nas velas de ignição.
Solventes: Os solventes são produtos químicos usados para aumentar o volume da gasolina e reduzir o seu custo. Porém, eles são altamente nocivos ao motor, pois diminuem a octanagem da gasolina e causam detonação precoce da mistura ar-combustível. Isso gera ruídos metálicos no motor, perda de potência e danos aos pistões e às bielas.
Água: A água na gasolina causa falhas na ignição, dificultando a partida e a aceleração do veículo. Além disso, ela favorece a formação de ferrugem nas peças metálicas do motor e de fungos e bactérias no tanque de combustível.
Outros combustíveis: A mistura de gasolina com outros combustíveis, como diesel ou querosene, altera suas características e prejudica o funcionamento do motor. Por exemplo, o diesel pode entupir os bicos injetores e as velas de ignição, enquanto o querosene reduz a lubrificação das peças e aumenta o desgaste do motor.
O que fazer se abastecer com gasolina adulterada?
Se você foi vítima de gasolina adulterada, saiba que tem direitos e deve recorrer a alguns órgãos e entidades para protegê-los e relatar as fraudes. Veja o que fazer e a quem recorrer:
Troque de posto: Se possível, troque imediatamente de posto e abasteça com gasolina de qualidade em outro lugar. Isso ajuda a diluir a gasolina adulterada e minimizar os seus efeitos nocivos ao motor.
Faça uma revisão: Leve o seu veículo a uma oficina mecânica de confiança e faça uma revisão completa dos sistemas de injeção eletrônica, de ignição e de arrefecimento. Peça para verificar se há sinais de corrosão, carbonização, entupimento ou desgaste nas peças do motor. Se necessário, faça a limpeza ou a troca dos componentes danificados.
Guarde o comprovante: Guarde o comprovante do abastecimento, pois ele deve ser usado como prova em caso de reclamação ou denúncia. O comprovante deve conter informações como o nome e o endereço do posto, a data e a hora do abastecimento, o tipo e a quantidade de combustível, o valor pago e a forma de pagamento.
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): é o órgão responsável por fiscalizar a qualidade dos combustíveis no Brasil. Você pode denunciar um posto de gasolina à ANP pelo site [www.anp.gov.br]. A agência vai verificar a denúncia e, se constatada a irregularidade, poderá aplicar sanções ao posto infrator, como multa, suspensão ou cassação da autorização de funcionamento.
Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON): é o órgão de defesa dos direitos dos consumidores no Brasil. Você pode fazer uma reclamação ao PROCON pelo telefone 151 ou pelo site [www.consumidor.gov.br]. O PROCON vai intermediar a solução do problema entre você e o posto infrator, podendo exigir o ressarcimento dos danos causados ao seu veículo ou a troca do produto por outro de qualidade.
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC): é uma organização não governamental que atua na defesa dos direitos dos consumidores no Brasil. É possível se associar ao IDEC pelo site [www.idec.org.br] e contar com o apoio jurídico da entidade para entrar com uma ação judicial contra o posto infrator, caso não consiga resolver o problema pelos meios administrativos.
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Por fim, esperamos ter ajudado você os prejuízos de abastecer o seu veículo com gasolina adulterada. E se você é o tipo de pessoa que gosta de cuidar do que é seu, saiba que pode contar com a Minuto para isso. Imagina se, mesmo tomando todos os cuidados, você ainda for enganado com combustível ruim e seu carro der problema?